27 de fev. de 2010

Socorro! Como cidadão, estou pedindo socorro!




postado por George Felipe de Lima Dantas

em 27 de favereiro de 2010


Socorro! Como cidadão, estou pedindo socorro!
Wellington Corsino do Nascimento

Cidadão Brasiliense,

Estamos presenciando a articulação nos ambientes político, empresarial e em alguns setores da sociedade de um estranho processo de “Lobby” contra a intervenção federal na capital de todos os Brasileiros. Alardeiam esses mentores políticos que esse movimento é para preservar a autonomia política do Distrito Federal e isso é deveras questionável. A intervenção é um instrumento jurídico previsto na Constituição Federal para restabelecer a ordem pública e o funcionamento ético legal das instituições em casos como o que estamos presenciando no DF e, que nos deixa envergonhados devido a tanta sujeira ética e moral. Perderam-se os referenciais e inverteram-se os valores no trato da coisa pública. Uma vergonha!

Esse escândalo alcançou o âmago dos poderes Executivo e Legislativo local. Vimos imagens chocantes, documentos, depoimentos, reportagens e a tentativa vã dos políticos corruptos em mentirem ou tentarem manipular a opinião pública para esconderem os seus crimes num espetáculo deprimente sob todos os aspectos. Mas, as imagens foram contundentes e presenciamos um festival de provas que foram, inexoravelmente, desmascarando os principais corruptos ao longo desse processo. E nós, os cidadãos enganados nos sentimos impotentes e sem mecanismos de defesa institucional para nos contrapormos a essa organização criminosa que se instalou no DF. Constatamos perplexos, que as instituições de estado estavam dominadas pela corrupção! Até a Polícia estava à mercê dessa estrutura.

Um fato que chamou a nossa atenção foi o comportamento da mídia local após as primeiras denuncias, pois os principais jornais do DF apenas noticiaram poucas linhas e sempre tangenciando a verdadeira dimensão do escândalo. Quem, realmente, divulgou a verdade na profundidade real dos fatos foram os jornais e as redes de televisão de âmbito nacional capitaneadas pela Rede Globo de Televisão. A internet através dos blogs de cobertura política foi outra ferramenta de comunicação a serviço da verdade dos fatos. Esse conjunto da mídia merece o nosso respeito.

Parte da mídia local devido a sua omissão nos passou a impressão que apenas defendia um governador corrupto ao invés de informar a sociedade civil sobre a gravidade dos fatos. Pois, informar a população é a mais nobre missão de um órgão de comunicação social. É um pressuposto da democracia o direito da cidadania à informação. Agora esses órgãos locais que foram omissos na cobertura do escândalo, propriamente, dito estão apoiando um movimento para não haver intervenção no DF. Qual o verdadeiro interesse dessa estranha orquestração?

A quem não interessa a intervenção? Ela não interessa aos políticos corruptos, empresários corruptos e entidades que estão a serviço de interesses, no mínimo, inconfessáveis. Não interessa também aos políticos, empresários e às entidades que ainda não foram citados no escândalo pelas limitações temporais, investigativas e processuais. Todos eles têm os mesmos interesses escusos dos patrocinadores centrais desse escândalo ético moral e querem impedir todo e qualquer processo de apuração da verdade.

E a quem interessa a intervenção? Ela interessa à cidadania que deseja ver banida da nossa pratica político administrativa a corrupção e a impunidade dos que cometem delitos contra a fazenda e a ordem pública. Não podemos mais conviver com essa prática que subtrai da cidadania a qualidade dos serviços públicos ou patrocina, até mesmo, a ausência desses serviços porque os recursos públicos estão sendo desviados para a corrupção, para o enriquecimento ilícito das despudoradas autoridades estatais que têm como missão cuidar dos bens e serviços públicos. A intervenção também é um clamor da nossa jovem democracia e de um estado de direito que prescreveu esse remédio para ser aplicado justamente em momentos de gravidade como o que vivenciamos.

Então falseia a verdade quem diz que a intervenção é uma afronta à nossa autonomia política, e sabem por que mentem? Porque têm medo da devassa nos contratos firmados entre o GDF e as empresas e entidades que saquearam os cofres públicos nesse governo desprovido de qualquer proposta ético moral. Ainda podemos inferir que também não querem que sejam apurados outros fatos e a real dimensão da rede de corrupção que se instalou no governo do DF.

Desconfiamos que ainda existam cúmplices ocultos que não foram descobertos e não lhes interessam a profilaxia da intervenção. Essa não é uma discussão simplista sobre a linha sucessória de poder. É antes de tudo uma discussão sobre apurar a fundo os fatos e os crimes ocorridos sob todos os aspectos e punir exemplarmente todos os culpados. Sem exceção! Essa é a verdadeira questão que a cidadania deve debater à exaustão e defender com todas as forças. Chega de corrupção, chega de impunidade!

A gravidade da atual situação do Distrito Federal é de tamanha ordem que não vislumbramos outra solução plausível senão a aplicação do instituto da intervenção federal como único mecanismo eficaz para realizarmos uma apuração isenta e a conseqüente punição dos culpados. A normalidade democrática exige esse remédio, inclusive, como exemplo para as futuras gerações de políticos e de administradores públicos.

Nesse caso, a cidadania e a democracia têm na intervenção a forma mais efetiva de consertar-se de fato e legalmente a situação vexatória em que se encontra o Distrito Federal, chega de operação abafa desses políticos e desses empresários corruptos. Somente a eles não interessa a apuração dos fatos e dos crimes que foram cometidos por essa organização criminosa que se apossou do governo do Distrito Federal. Não podemos deixar que esses corruptos declarados e os ainda, escondidos da opinião e do julgamento público, tentem nos manipular e continuar nos saqueando.

Senhores Ministros do Supremo Tribunal Federal, Senhores Parlamentares do Congresso Nacional e Senhor Presidente da República. Os Senhores representam a nossa ultima instância da consciência moral. A cidadania, a ética coletiva e a legalidade democrática pedem socorro aos senhores. Defendam o cidadão de bem, a fazenda pública, a democracia, a ordem pública e o pacto ético moral da nossa Capital Federal. Apurem todos os fatos e todos os crimes na maior profundidade possível e punam, exemplarmente, todos os corruptos que se instalaram, usurparam e roubaram o cidadão e as instituições do Distrito Federal.

Socorro! Como cidadão, estou pedindo socorro!
Wellington Corsino do Nascimento

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