fonte da imagem: http://th08.deviantart.net/fs7/300W/i/2005/225/7/f/Isolation_by_MatthewSaville.jpg
Faltou algo no funeral de um mártir...
por George Felipe de Lima Dantas
em 10 de fevereiro de 2010
O agora Capitão Cleiton Batista Neiva (PMDF-Falecido) está entre as vítimas brasileiras do terremoto havido no Haiti em 12 de janeiro de 2010. Faleceu sob os escombros da Sede da Missão da Organização das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH - sigla em francês) em Porto Príncipe, Haiti, juntamente com outros membros da ONU, brasileiros inclusive, enquanto exercia a função de "Assistant Security Officer", sob a égide do Programa de Voluntários da Organização das Nações Unidas.
O Capitão Cleiton era Oficial do Serviço Ativo da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) ao tempo do seu falecimento, em gozo de Licença para Tratar de Interesse Particular (LTIP), mecanismo encontrado e utilizado para que assim pudesse atender a um distinto e honroso convite para o exercício de função correlata à que já havia exercido ao longo de 18 meses como membro do Contingente Brasileiro das Forças Policiais da ONU (UNPol). Isso já foi devidamente atestado em documento firmado pelo Senhor Eduardo Gutierrez, Representante Residente do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas no Brasil, inequivocamente detalhando a condição funcional do agora Capitão Cleiton.
Quero crer, como cidadão brasileiro, amigo e ex-docente universitário civil do Capitão Cleiton, que algo tenha havido de anômalo acerca do conhecimento dessa morte pelo Poder Central do Brasil, em se tratando de mais um mártir brasileiro da tragédia que se abateu sobre o Haiti. Depreendo tal conclusão pelo fato de que não estiveram presentes ao funeral de Cleiton Batista Neiva autoridades do Governo Federal, nem se pronunciaram a esse respeito, ainda que estivessem presentes ao respectivo cerimonial fúnebre militar realizado pela PMDF o Representante Residente da Organização das Nações Unidas no Brasil, o Embaixador do Haiti no Brasil e o Embaixador da Áustria no Brasil (país de origem da esposa do falecido, Senhora Irene Hoeglïnger Neiva).
É do meu entendimento pessoal que, no esforço solidário da Comunidade das Nações no Haiti, o Brasil participa hoje em distinta função de liderança. Tal liderança está materializada na concentração de esforços do Conselho de Segurança da ONU, da Secretaria-Geral da ONU, da Chefia da MINUSTAH e ações do Representante do Secretário-Geral da ONU no Haiti. Da parte brasileira, internamente, também entendo pessoalmente, são partícipes centrais deste mesmo esforço a Presidência da República, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério da Defesa (MD).
Dado a condição, em vida, do então Primeiro-Tenente Cleiton, de Oficial do Serviço Ativo da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), tal qual os demais policiais militares do país, implica também seu pertencimento a uma instituição constitucionalmente apontada como "Força Auxiliar Reserva do Exército Brasileiro". O glorioso Exército Brasileiro honrou seus mártires tombados no Haiti -- honras mais que merecidas por perdas irreparáveis de vidas preciosas!
Salvo melhor juízo, acredito eu, a perda dessa vida também preciosa de Cleiton Batista Neiva é uma perda irreparável para a família e amigos do agora "Capitão Cleiton", é uma perda significativa para a Polícia Militar do Distrito Federal, é uma perda histórica para o Distrito Federal, sendo também uma perda para a Reserva do Exército Brasileiro e para o seu Ministério da Defesa. Enfim, a perda de Cleiton é uma perda para o Brasil.
Com este comentário, gostaria de conclamar os leitores a igualmente conclamarem todas as instituições citadas, muito especialmente o Ministério da Defesa (pelas razões expostas), e que sofrem com a perda desse mártir da causa internacional liderada pelo Brasil, a honrar sua memória, reconhecendo e homenageando publicamente Cleiton Batista Neiva, bem como amparando e confortando, com tais atitudes, seus ascendentes e descendentes, incluindo esposa e um filho de cerca de dois anos.
Faltou algo no funeral de um mártir...
Faltou algo no funeral de um mártir...
por George Felipe de Lima Dantas
em 10 de fevereiro de 2010
O agora Capitão Cleiton Batista Neiva (PMDF-Falecido) está entre as vítimas brasileiras do terremoto havido no Haiti em 12 de janeiro de 2010. Faleceu sob os escombros da Sede da Missão da Organização das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH - sigla em francês) em Porto Príncipe, Haiti, juntamente com outros membros da ONU, brasileiros inclusive, enquanto exercia a função de "Assistant Security Officer", sob a égide do Programa de Voluntários da Organização das Nações Unidas.
O Capitão Cleiton era Oficial do Serviço Ativo da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) ao tempo do seu falecimento, em gozo de Licença para Tratar de Interesse Particular (LTIP), mecanismo encontrado e utilizado para que assim pudesse atender a um distinto e honroso convite para o exercício de função correlata à que já havia exercido ao longo de 18 meses como membro do Contingente Brasileiro das Forças Policiais da ONU (UNPol). Isso já foi devidamente atestado em documento firmado pelo Senhor Eduardo Gutierrez, Representante Residente do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas no Brasil, inequivocamente detalhando a condição funcional do agora Capitão Cleiton.
Quero crer, como cidadão brasileiro, amigo e ex-docente universitário civil do Capitão Cleiton, que algo tenha havido de anômalo acerca do conhecimento dessa morte pelo Poder Central do Brasil, em se tratando de mais um mártir brasileiro da tragédia que se abateu sobre o Haiti. Depreendo tal conclusão pelo fato de que não estiveram presentes ao funeral de Cleiton Batista Neiva autoridades do Governo Federal, nem se pronunciaram a esse respeito, ainda que estivessem presentes ao respectivo cerimonial fúnebre militar realizado pela PMDF o Representante Residente da Organização das Nações Unidas no Brasil, o Embaixador do Haiti no Brasil e o Embaixador da Áustria no Brasil (país de origem da esposa do falecido, Senhora Irene Hoeglïnger Neiva).
É do meu entendimento pessoal que, no esforço solidário da Comunidade das Nações no Haiti, o Brasil participa hoje em distinta função de liderança. Tal liderança está materializada na concentração de esforços do Conselho de Segurança da ONU, da Secretaria-Geral da ONU, da Chefia da MINUSTAH e ações do Representante do Secretário-Geral da ONU no Haiti. Da parte brasileira, internamente, também entendo pessoalmente, são partícipes centrais deste mesmo esforço a Presidência da República, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério da Defesa (MD).
Dado a condição, em vida, do então Primeiro-Tenente Cleiton, de Oficial do Serviço Ativo da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), tal qual os demais policiais militares do país, implica também seu pertencimento a uma instituição constitucionalmente apontada como "Força Auxiliar Reserva do Exército Brasileiro". O glorioso Exército Brasileiro honrou seus mártires tombados no Haiti -- honras mais que merecidas por perdas irreparáveis de vidas preciosas!
Salvo melhor juízo, acredito eu, a perda dessa vida também preciosa de Cleiton Batista Neiva é uma perda irreparável para a família e amigos do agora "Capitão Cleiton", é uma perda significativa para a Polícia Militar do Distrito Federal, é uma perda histórica para o Distrito Federal, sendo também uma perda para a Reserva do Exército Brasileiro e para o seu Ministério da Defesa. Enfim, a perda de Cleiton é uma perda para o Brasil.
Com este comentário, gostaria de conclamar os leitores a igualmente conclamarem todas as instituições citadas, muito especialmente o Ministério da Defesa (pelas razões expostas), e que sofrem com a perda desse mártir da causa internacional liderada pelo Brasil, a honrar sua memória, reconhecendo e homenageando publicamente Cleiton Batista Neiva, bem como amparando e confortando, com tais atitudes, seus ascendentes e descendentes, incluindo esposa e um filho de cerca de dois anos.
Faltou algo no funeral de um mártir...
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