29 de abr. de 2011

A DEFESA SOCIAL VERSUS VIOLÊNCIA ESTRUTURAL: Respeito por crianças com Autismo e Sindrome de Asperger.flv

Fonte original de conteúdo: http://www.youtube.com/watch?v=lb5BKNrli7A



Postado por George Felipe de Lima Dantas
em 29 de abril de 2011

É deplorável que, enquanto a sociedade brasileira está mobilizada contra fenômenos que constituem diferentes expressões da violência ou do seu estímulo, caso do "Bullyng", este mesmo fenômeno possa ser estimulado direta ou indiretamente por determinado meio de comunicação social, ao fazer da condição de "ser especial" ("Autista") objeto de humor.

O vídeo da presente postagem, feito supostamente por uma mãe dedicada e amorosa, mostra uma situação (Síndrome de Asperger, algo semelhante ao "Autismo") que merece absoluto respeito e solidariedade da parte de toda sociedade brasileira.

Outros vídeos que circulam na rede, supostamente de um quadro de um conhecido "show" de um canal de televisão, mostram situações em que o "Autismo" é objeto de ridículo e humor, podendo dar causa a situações em que crianças acometidas dessa condição possam ser objeto de pilheria e até mesmo vítimas do fenômeno do "Bullying"

É sabido que a comunicação e a educação são processos sociais básicos. Muitas vezes eles estão, explícita ou implicitamente, associados. O exame da Teoria da Aprendizagem Social indica que a mídia pode ser um importante vetor do processo ensino/aprendizagem de comportamentos sociais, mesmo fora das vias clássicas da educação formal. Pesa sobre a mídia, portanto, a responsabilidade permanente de ser um agente educador, mesmo quando parece apenas entreter, fazendo rir ou fazendo chorar...

Ridicularizar, no contexto do humorismo, os agentes humanos (corruptos, violentos, criminosos em geral, etc.) do sofrimento da sociedade é uma coisa. Ridicularizar as próprias vítimas do sofrimento (por qualquer razão, "condição especial" ou eventual) é algo totalmente diferente.

É óbvio que o efeito tantas vezes pernicioso da censura pode ser substituído, legitimamente, pelo ato de livre arbítrio do público de "não ver", "não ouvir" ou não ler. Mas também é óbvio que "não haver censura" sobre órgãos de comunicação social de concessão pública implica em um mínimo de responsabilidade e respeito em relação aos concessionários. E os concessionários são, em suma, os membros da sociedade brasileira.

Liberdade e permissividade irresponsável não são a mesma coisa... E o peso assumido da responsabilidade social, por concessionários de um privilégio, é a melhor maneira de diferenciar as duas coisas.

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