5 de jan. de 2011

DEFINIÇÃO DO TRABALHO DO ANALISTA:ALGUMAS CONSIDERAÇÕES



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por George Felipe de Lima Dantas
em 5 de janeiro de 2011

DEFINIÇÃO DO TRABALHO DO ANALISTA:ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

O analista criminal no contexto internacional é um profissional que atua na atividade-meio em suporte dos operadores da segurança pública, ai incluídos os investigadores, policiais ostensivos e planejadores tático-operacionais.

EXEMPLOS DAS ATIVIDADES DO ANALISTA CRIMINAL

Entre outros trabalhos, o analista criminal realiza atividades de análise de inteligência operacional, provendo informação direta e instrumental para as atividades de investigação e de policiamento ostensivo. Com tal propósito, elabora relatórios contendo tabelas e gráficos (de análise de vínculos e das comunicações, a exemplo, incluindo os respectivos fluxogramas e linhas temporais de eventos), bem como matrizes de análise, mapas criminais e vários outros produtos de análise instrumentais para a visualização de sumários de dados relativos a temas de investigação e policiamento ostensivo em geral.

De maneira genérica, as atividades do analista criminal abrangem a reunião, “colagem”, análise e difusão de produtos da atividade de inteligência sobre problemas de segurança pública.

O analista prepara relatórios detalhados e abrangentes sobre diferentes problemas de segurança pública, de tal maneira que eles reflitam o mais precisamente possível informação sobre as questões estudadas, incluindo padrões e tendências dos fenômenos em exame.

As informações produzidas pelo analista criminal podem ter origem em fontes humanas, caso de informantes, testemunhas e outras fontes do gênero, relacionadas com o crime, violência e problemas de segurança pública em geral.

O analista eventualmente atua em apoio direto aos operadores da atividade-fim da segurança pública, fazendo recomendações no tocante ao direcionamento e estratégias em proveito de atividades específicas ou “casos”.

Em situações específicas, o analista criminal pode liderar a coordenação de esforços conjuntos em prol da descoberta da materialidade e autoria de crimes. É o caso quando de grandes investigações, circunstância em ele aponta e delega tarefas relacionadas com as respectivas atividades de análise criminal.

Observado o princípio da “necessidade de saber”, o analista criminal elabora e difunde relatórios e informações relevantes para certos operadores específicos da segurança pública, apoiando, com seus produtos, as atividades diretas de prevenção e repressão criminal da instituição policial considerada.

O analista freqüentemente realiza pesquisas sobre bases de dados de diferentes tipos de registros, utilizando os recursos computacionais existentes, conforme solicitações específicas e/ou necessidades por ele próprio identificadas.

COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS

Objetos que precisa conhecer

Estrutura e funcionamento dos órgãos do sistema de justiça criminal local, estadual e federal (polícias, ministério público, defensoria pública, judiciário e autoridade prisional).

Estrutura e funcionamento da Secretaria de Segurança Pública local e órgãos do setor por ela abrangidos.

Métodos de obtenção de dados e técnicas de análise de diferentes temas do setor segurança pública.

Métodos de processamento em sua relação com o desenvolvimento de programas computacionais para coleta e análise de dados.

Problemas relativos ao desenvolvimento humano na respectiva área geográfica de atuação, especialmente com articulação com a saúde, educação, transportes, lazer e outros aspectos da vida da comunidade considerada.

Eventos locais, estaduais, nacionais, regionais e internacionais capazes de produzir impacto na segurança pública local, mais especialmente aqueles com desdobramentos translocalizados (a exemplo, competições esportivas de grande afluxo de público e datas festivas em geral).

A atividade de inteligência e seus métodos e técnicas, incluindo o ciclo de produção de conhecimento.

A atividade de inteligência e suas bases em termos de (i) legislação, (ii) princípios, (iii) políticas públicas de aplicação, (iv) tendências atuais e (v) programas em vigor, tudo isso no que tange as atividades de segurança pública em nível local, estadual e federal.

Habilidades e Técnicas Específicas

Administrar prioridades em um ambiente de trabalho dinâmico e variado em função da própria natureza do fenômeno pertinente ao crime, criminosos e questões conexas.

Interpretar e levar em conta integradamente as políticas, programas e planos produzidos em diferentes níveis de governo e que tenham impacto sobre a segurança pública local.

Processar pessoalmente (ler/ver/ouvir/escutar e compreender) grandes quantidades de fatos e informações provenientes das mais variadas fontes, relacionando-os com os problemas de segurança pública correspondentes.

Memorizar fatos e respectivos dados do interesse de pesquisas em segurança pública.
Aplicar critérios de validade e confiabilidade na avaliação de dados e informações com origem nas mais variadas fontes e atribuindo sua devida importância e limitações.
Estabelecer inferências e aplicar o raciocínio lógico indutivo e dedutivo sobre fenômenos criminológicos, para elaboração dos respectivos produtos de inteligência e/ou análise.

Operar equipamentos computacionais da “caixa de ferramentas” do analista, incluindo hardware e software.

Realizar análises e elaborar os respectivos produtos sobre indivíduos ou grupos que sejam “alvos” da atividade de inteligência e/ou análise criminal.

Atitudes

Profissional no trato com outros operadores da segurança pública com quem deva interagir

Didática na explicação e demonstração da utilização dos produtos de análise para os outros profissionais com os quais atue no setor.

Ética profissional, incluindo honestidade e integridade quanto aos produtos e métodos utilizados nas atividades de inteligência e análise.

Atuação colaborativa, de maneira cortes e polida, exibindo responsabilidade e atenção.

Iniciativa, esforço e comprometimento com autodisciplina.

Fidelidade a métodos e processos estabelecidos pela liderança da instituição.
Comprometimento com os objetivos, prioridades e necessidades da instituição.

EDUCAÇÃO, EXPERIÊNCIA E PREDICADOS ESPECÍFICOS

Formação acadêmica de nível superior (quatro anos letivos) na área de justiça criminal ou área equivalente e pelo menos dois anos de experiência de trabalho em inteligência e/ou análise criminal.
OU
Combinação equivalente de educação e experiência, podendo ser considerada, para efeito de anos de experiência, os anos de especialização acadêmica em inteligência e/ou análise criminal.

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